11 de agosto, Dia do Estudante!
Por Tássia Bastos
Hoje entrei em cerca de 40 salas de aulas. Eu e colegas que compõe o DCE que presido começamos a falar com os estudantes nos corredores, nas salas, na cantina... Esse foi meu primeiro dia do estudante como presidente do diretório que representa todos os estudantes da faculdade que eu escolhi estudar. Os seguranças nos impediram de distribuir o informativo porque “era contra a política de marketing da instituição”. Os panfletos apontavam os problemas da faculdade e estavam sendo entregues por estudantes que conhecem os problemas, vivem os problemas e querem ajudar a resolvê-los. Deve ser por isso que se caracterizavam como “contra a política de marketing da instituição”.
Em âmbito geral, as falhas na educação, ou em âmbito local, as falhas de determinado curso em determinada instituição de ensino, e vividas por nós, são problemas nossos. Cabe aos gestores, resolvê-los. E quando os gestores não se esforçam em resolvê-los, de quem continua sendo o problema? Quem continuará enfrentando-os no dia a dia? Os estudantes. Então de quem é a luta? De quem o dever de cobrar, reivindicar? Seu, caro estudante!
E depois de muitas falas, muitos discursos, muitas salas de aulas, muito escutar, comecei a me perguntar: todos os estudantes escolheram suas faculdades ou era o que tinha pra eles? Se tivesse vaga pra todo mundo em instituições públicas, as particulares continuariam a tratar a educação como mercadoria ou eles buscariam a qualidade do ensino, professores qualificados, estrutura de primeira? As faculdades gastam fortunas em publicidade. Em Salvador, um outdoor parece querer engolir o outro, propagandas de TV cinematográficas... na sala de aula 50 estudantes dividem o mesmo ar, o mesmo professor, a mesma confusão. Na volta pra casa, eles dividem o mesmo fétido ônibus lotado, o mesmo engarrafamento, a mesma vontade de não voltar mais. No estacionamento, alguns dividem o mesmo problema de falta de vagas e até mesmo, o ladrão. Essa é a realidade vivida por estudantes de diversas universidades privadas na Bahia.
Sorte daqueles que podem escolher.
Rebeldes, revolucionários, loucos, inconsequentes, imaturos... são muitos os adjetivos dados aos estudantes, são poucos os que, de fato, conhecem a história dessa classe. Alguns, ao criticar, fingem não lembrar as grandes conquistas estudantis como a derrubada de um presidente da república.
Os estudantes brasileiros tiveram a sede da sua entidade queimada em 1964, sabe quanto tempo eles lutaram pra tê-la de volta? A ditadura perseguiu, prendeu, torturou e executou centenas de estudantes porque tentavam se organizar. Sabe quando a sede foi finalmente devolvida a eles? No ano passado. Sabe quando eles iriam desistir? Nunca.
Os estudantes de hoje precisam honrar os estudantes do passado. Foi um passado difícil, um passado ditador. Mas foi também, um passado de vitórias, de heranças, de histórias...
Precisamos nos entender enquanto classe. Precisamos enxergar o nosso papel na sociedade agora enquanto ainda somos estudantes, essa é a hora, não deixe pra depois!
Desejamos a todos os nossos colegas calouros e veteranos um felizz dia do estudante e os votos de melhorias na qualidade acadêmica e estrutural da nossa Universidade.
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